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A Loira fantasma volta à cena: Macumbazilla cria trilha sonora perfeita para a sexta – feira 13

Quinta-feira | 12 de dezembro de 2024
por Romulo Carlos de Sousa

A Loira fantasma volta à cena: Macumbazilla cria trilha sonora perfeita para a sexta – feira 13 - Notícias - Arrepio Produções - Patos de Minas/MG

Quando Orson Welles narrou uma invasão alienígena em 1938, “A Guerra dos Mundos”, a população americana entrou em pânico, acreditando que o apocalipse havia começado. O que era apenas uma ficção ganhou contornos de realidade graças ao poder de uma voz convincente. De forma semelhante, a lenda da loira fantasma, uma história popular curitibana surgida nos anos 70, causa arrepios em motoristas até hoje. E enquanto o mito assombrava as ruas e o imaginário coletivo, é impossível ignorar o impacto involuntário que ele teve nas verdadeiras loiras de Curitiba, que enfrentaram olhares desconfiados e brincadeiras de gosto duvidoso por conta dessa fama espectral.
 
Em maio de 1975, numa noite fria e chuvosa em Curitiba, um taxista vivenciou um dos casos mais misteriosos da crônica policial local. Ao atender uma passageira loira, elegante e enigmática, ele a leva em direção ao Cemitério do Abranches, mas, ao olhar para trás, percebe que ela desapareceu. Intrigado, tenta retornar ao centro, mas a mulher reaparece, atacando o motorista com um punhal. Os policiais intervêm , disparando contra ela, mas, para espanto geral, apesar levar dois tiros fatais, a mulher desaparece novamente, deixando todos perplexos.
 
A ocorrência atraiu dezenas de viaturas policiais, jornalistas e curiosos ao cemitério, transformando o local em um espetáculo público. Apesar dos testemunhos e da intensa cobertura, o mistério da mulher que sumiu sem deixar vestígios, permanece inexplicado, ganhando fama internacional e consolidando – se como um dos relatos mais fascinantes do imaginário curitibano.
 
E, teorias a parte, a lenda da loira fantasma se espalhou pelo país (e fora dele!), alimentando debates e intrigas. Até os jornalistas mais céticos não resistiram à curiosidade: o que realmente aconteceu em 1975? Teria sido um evento sobrenatural ou apenas a imaginação coletiva em ação? O ano de 1975 já carregava seu peso – e, meses depois do suposto ataque, Curitiba foi palco de outro acontecimento marcante: uma frente fria histórica trouxe uma nevasca à cidade, como se o clima também quisesse guardar um mistério no ar.
 
Tarás Schner foi um dos jornalistas que acompanhou em primeira mão o ocorrido, escrevendo dois artigos sobre o caso. Ele compartilhou a história com seu filho, Carlos: “Eu visitei meu pai que estava acamado, na época com 72 anos, isso foi no sábado, dia primeiro de novembro de 2008, peguei uma por uma dessas fotos e perguntei o que eram essas pessoas e qual a história por trás daquela foto, ele me contou tudo o que lembrava destas fotos, inclusive essa história da loira fantasma. Foi um momento muito legal com meu pai, nunca esquecerei, dois dias depois ele faleceu!”.
 
Neste caso, a banda Macumbazilla brilha (ou, provoca arrepios!) com sua faixa “Blondie Phantom”. Inspirada pela lendária loira fantasma de Curitiba, a música se transforma em uma ode metal ao mistério, ao terror e ao folclore urbano brasileiro. Aproveitando a simbologia da próxima sexta-feira 13, nada mais adequado do que revisitar essa obra curitibana, que une riffs brutais e uma narrativa envolvente. O tom das teclas, no início, traz uma atmosfera lúgubre e cinematográfica; visualizamos mentalmente a chegada dessa mulher ameaçadora.
 
Sim. Desde os primeiros acordes, “Blondie Phantom” te puxa para um universo fílmico de terror. Os riffs são densos e cortantes, remetendo ao peso das bandas como Pantera,mas com uma assinatura própria que é marca registrada deste trio rock and roll curitibano. A bateria pulsa como um coração acelerado em meio ao pavor, sob o comando de Júlio Goss, enquanto os vocais de André Nisgoski oscilam entre o desespero e o desafio. É como se cada nota fosse um grito na escuridão, uma homenagem à tensão que a lenda desperta. A sonoridade de gelar a espinhal! E o baixo de Carlos “Piu” Schner se entrelaça e dá à base sonora todo o peso do contexto ‘loira fantasma’.
 
O chamado da loira
Sexta-feira 13 é uma data muito temida, considerada do azar e do terror. Curitiba, então, já tem sua mascote perfeita: a loira fantasma! E, por que não, uma trilha sonora perfeita? Com “Blondie Phantom” Macumbazilla redefine esse mito, entregando a música para os corajosos que se aventuram a dirigir sozinhos nas noites sombrias da capital. O que poderia ser mais apropriado do que ouvir este som enquanto você encara uma neblina típica do sul ou cruza as ruas vazias em direção ao desconhecido? Uma conexão e tanto, diria!
Agora, entre o real e o fantástico, o que vale e é grande mérito da banda, é trazer um toque humano ao sobrenatural. “Blondie Phantom” não é apenas sobre uma lenda, mas também sobre o que ela representa: nossos medos coletivos, as histórias que contamos para explicar o inexplicável, e talvez até uma crítica ao voyeurismo e julgamento que cercam figuras femininas na cultura popular. É uma faixa que, como a própria lenda, se recusa a ser esquecida.
 
No dia 13 de dezembro, que tal fazer de “Blondie Phantom” o hino da sua sexta – feira 13? A música é intensa, teatral e irresistivelmente sombria, assim como a própria loira fantasma. E enquanto a lenda continua a fazer motoristas olharem pelo retrovisor com um pouco mais de atenção, o trio Macumbazilla segue pavimentando sua estrada no cenário do metal nacional com faixas que são verdadeiros assombros musicais. Cuidado ao dirigir sozinho!
 
Seja pela lenda, pela música ou pelo terror, a experiência vale cada segundo.
 
E aproveitando que já estamos em dezembro, para quem deseja se despedir de 2024 com rock e energia: Macumbazilla no Lado B, 21/12, entrada grátis!
 
Além, de “Blondie Phantom”, você pode ouvir o disco completo da banda Macumbazilla, basta dar o play.
 
Quer acompanhar o trabalho da banda? Acesse:
 

Fonte: Alexandre Bensberg