Resenhas
Uganga : "OPRESSOR" (CD/ Digipack)
Quinta-feira | 22 de outubro de 2015
por Romulo Carlos
Uganga - "OPRESSOR" (CD Digipack/2015) Gravadora:Sapólio Records/ Nacional
Distribuição: Voice Music e Hellion Records.
Tracklist:
1 - Guerra
2 - O Campo
3 - Veredas
4 - Opressor
5 - Moleque de Pedra
6 - Casa
7 - L.F.T
8 - Modus Vivendi
9 - Nas Entranhas do Sol
10 - Aos Pés da Grande Árvore
11 - Noite
12 - Who Are The True
13 - Guerreiro
Quando se fala do rock mineiro,pode-se esperar muita coisa boa,afinal;foi daqui que surgiram grandes nomes que hoje são mundialmente conhecidos, e de uns tempos pra cá o profissionalismo da galera tem contribuído naturalmente de uma forma ascendente,para que cada vez mais,os artistas tenham reconhecimento e quem sabe viver dignamente da sua arte.
Com 20 anos de estrada,muitos erros e acertos,letras em português,e sonoridade única.Acompanho o Uganga (Araguari/Uberaba) desde 2008,através de um amigo,acabei ouvindo os dois primeiros discos e qual não foi minha surpresa: a banda tem uma característica que é bastante peculiar e isso me fez trazê-los para tocar em Patos de Minas em 2009.De lá pra cá,a banda que já possui 4 álbuns de estúdio,1 disco ao vivo ( Eurocaos/2013),e duas tournês pela Europa tem se superado a cada lançamento.
Após o lançamento do disco ao vivo,eis que surge um dos melhores discos de thrashcore doas últimos tempos.Digo isso não só em razão da parte musical/técnica que está em um nível altíssimo,mas tenho que salientar o conteúdo das letras,que trás uma reflexão do nosso cotidiano,em meio a tanta desordem,caos,corrupção e patifaria. A harmonia dos riffs de duas guitarras e a cozinha muito bem executada,está encrustada em meio a tanta loucura na qual vivenciamos nos dias atuais que,um disco tão maduro e honesto, pontuado pelo thrash e o hardcore,tem a clareza e a percepção de nos fazer enxergar,atráves do espelho,de poder conectar a nossa própria realidade,que não queremos aceitar ou fingir que não existe. As letras são de uma sinceridade absurda,tanto que fica até difícil transcrever aqui o quão é urgente uma mudança de comportamento geral. A experiencia da banda em visitar o campo de concentração de Auschwitz (Polônia),fez com que o vocalista Manuel,mais conhecido como Manu,se inspirasse para escrever a letra da faixa "O Campo", que conta com a participação de Gustavo Vasquez no teclado,em alguns momentos o clima é de arrepiar. Algumas experiencias marcantes,mesmo que inconscientes baseia a idéia de " Aos Pés da Grande Árvore",tem ainda a letra sinistra de "Nas entranhas do Sol", o clima ameno,mas uma letra ácida e rasteira em "Opressor".A busca pela sobrevivência é retratada em " Modus Vivendi", a realidade nua e crua de "Moleque de Pedra", tem a participação do Juarez "Tibanha" da banda(Scorge),a única faixa que não é da banda se chama "Who are The True" ( Vulcano) e teve os direitos cedidos pela gravadora mineira Cogumelo Discos e tem participação de Murillo Leite (Genocídio) e Ralf Klein ( Guitarrista da banda alemã Macbeth. Com um refrão bem interessante Manu (vocal),Christian Franco (guitarra),Raphael Franco ( baixo/vocal),Thiago Soraggi (Guitarra) e Marco Henriques(Bateria/vocal), encerram o álbum de maneira espetacular,Manu fazendo vocal ,acompanhado de percussão.
Gravado no estúdio Rocklab(Goiânia), produzido e mixado por Gustavo Vasquez. A arte da capa é assinada por Beto Andrade.
Além das 12 faixas,o cd contém uma faixa multimídia para o clip "Guerra". A distribuição está sendo feita pela Voice Music e Hellion Records.
Formação : Manu Joker ( voz),Christian(Guit),Thiago(Guit),Murcego (Guit),Ras (Guit),Marco (Bateria).
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