Resenhas

Resenha - Black Pantera "Agressão" (2018)

Quarta-feira | 25 de abril de 2018
por Romulo Carlos

Resenha - Black Pantera

Lançamento Nacional - Nota: 10

Músicas:
1 - Prefácio
2 - Alvo na Mira
3 - Extra!
4 - Taca o Foda-se
5 - Poder para o Povo
6 - O Sexto Dia
7 - Onde os Fracos Não Tem Vez
8 - Seasons
9 - Baculejo
10 - O Último Homem em Pé
11 - Granada

Formada em 2014 pelos irmãos Gama (Charles e Chaene Gama, e Rodrigo Augusto), o power trio inicialmente utilizava o nome Project Black Pantera. Passado algum tempo,agora o trio mineiro mudou o nome e se chama apenas Black Pantera. E já começou o ano com um discaço,o moderno "Agressão".(Antes do disco ser lançado oficialmente em 30 de Março de 2018,a banda lançou um clipe arranca-toco da faixa "Último Homem em Pé",uma pauleira com muito groove e aquele hardcore que só eles sabem fazer!

Não poderia ser diferente depois de uma estréia alucinante com uma faixa de tirar o fôlego"Bota Pra fuder" de seu primeiro disco autointitulado de 2015, e turnê pelas Américas e Europa.

Logo na primeira faixa deste full intitulada "Prefácio" o crossover e o Hardcore andam lado a lado para esses garotos da cidade de Uberaba,que vem lutando arduamente e trabalhando pra caramba, tem mostrado sua veia poética com muita garra e um som absolutamente agressivo e raçudo,além de umas viradas na bateria de tirar o fôlego. Na faixa "Alvo Na Mira",eles cospem o caos social, a indignação e a impunidade que destrói nossos sonhos diariamente.

Há muitos destaques no disco mas para quem gosta de faixas que valorizam o contrabaixo é bom observar a faixa"O Sexto Dia", temos também a faixa 4,onde a banda manda o "Taca o Foda-se",com aquele crossover direto e brutal que só a banda sabe fazer,(uma característica nata do power trio de sangue mineiro mas com sede de fazer barulho bem feito e disseminar mundo afora toda a sua fúria musical),talvez seja essa a melhor definição para o som da banda.

Em "Onde os Fracos Não Tem Vez",eles mudam de vocalista e coloca um lance mais voltado para o Rapcore para mudar um pouco a direção de rota,mas a coisa ficou bem feita e não altera em nada a bandeira que eles carregam, o som arregaça do mesmo jeito.

Se utilizar algumas gírias ou linguajar do meio underground e um vocal mais macio e menos bruto serve para aproximar outro tipo de público, acho que eles conseguiram.

"Seasons" e "Baculejo", com muitas palhetadas e um bom instrumental e menos focado no vocal,as duas letras retratam muito bem esse caos na política,educação e segurança,itens de primeira necessidade e quase nunca pautados por aqueles que nos representam. Nunca a violência esteve tão presente e a arrogância policial representando o braço do estado com seu despreparo de sempre.

Na penúltima faixa "O Último Homem em Pé" que já havia saído como single e clipe no Youtube eu me rendo ao som dessses caras. A letra fala da luta pelos seus sonhos,é uma música pesada com uma timbragem nota 10 e mais longa do que as outras do disco,o que a torna ainda mais espetacular. Fechando o disco, "Granada"é daquelas faixas instrumentais para encerrar o disco com classe. Fantástico,eles vão longe,pode ter certeza. Viva o rock mineiro!