Entrevistas
Hierarchical Punishment
31 de janeiro de 2022
Formada na cidade de Santos/S.P em 1994, fazendo um som veloz e agressivo.
1 - Nos fale sobre o inicio da banda?
GRELL: O Hierarchical Punishment foi formada na cidade de Santos (litoral de São Paulo, em Março de 1994, contando inicialmente com Grell (na época na bateria) e Alexandre Antonniutti (vocal), com o propósito de fazer um som veloz e agressivo. As letras atacam direto nos problemas cotidiano da sociedade.
2 - Vocês participaram de quantos volumes da Coletanea Rock Soldiers?
GRELL: Em dois....Vol. 8 com as músicas “Fear Of Reality”, “The humanity Walks This Way”, “Sentence Of Death”, “Mass Oppression”, “Undertaker God” e “Sickness Of Society”; e no Vol. 13 com a música “Abortion”.
3 - Como é a cena de metal em Santos?
LUIZ CARLOS LOUZADA: Aqui na Baixada Santista, a cena R&R sempre foi intensa desde o começo dos anos 80. Muitas bandas, de estilos variados, lançaram trabalhos próprios em todos os formatos, no decorrer das décadas, e atualmente, bandas veteranas seguem na ativa, ao lado de bandas novas, muitas formadas por músicos experientes, que
seguem acreditando na arte musical como forma máxima de expressão. Até antes da pandemia, haviam poucos espaços para apresentações,assim como há poucos produtores que seguiam investindo em shows,mas por outro lado, as 9 cidades que englobam a região da Baixada Santista continuam exportando bandas para fora do litoral de SP.
4 - Nos fale sobre o disco Psychotic Disorders (2021), como foi a produção?
LUIZ CARLOS LOUZADA : Bem, a pré-produção do álbum começou em 2017, quando estabilizamos um line-up e ensaiávamos regularmente toda semana, as músicas que o Grell (guitarrista) compôs, logo após lançarmos o split-cd "Burning the Tyranny" em 2015 (junto com as bandas Pigstein e Peia Braba). Quando estávamos com todos os arranjos finalizados, começamos as gravações no Estúdio O Beco, com o técnico de som Ivan Pellicciotti (que já havia tocado comigo no Carnal Desire eVulcano); anteriormente, já haviamos gravado com ele em outras 2 ocasiões (quando participamos do cd-tributo ao Vulcano, em 2010 e do cd-tributo ao Agathocles, em 2014) quando eu ainda era o vocalista do Hierarchical. No entanto, após as captações de bateria, em 2018 o Ivan foi morar em Curitiba/PR, e aí, tivemos que finalizar as captações decordas e vocal em outros estúdios da região. Como também tivemos
algumas mudanças de formação durante o processo de gravação, só partimos para a mixagem em 2020, que foi feita pelo Ivan, no novo estúdio dele em Curitiba. Outro fator que atrasou bastante a gravação, é que ao mesmo tempo, estávamos em tour, promovendo nosso 2o album The Choice, que saiu no fim de 2017, e foi o período que a banda mais tocou, nestes quase 30 anos de trajetória. Entramos em 2021 com a matriz de aúdio masterizada e os primeiros meses foi de preparo com a arte gráfica e a parceria com gravadoras de vários locais de nosso país, para termos uma ampla distribuição de nosso cd físico. Inclusive, quem assina a arte de capa do Psychotic Disorders é o artista Bruno
Bacchiega, tatuador, e que também é vocalista da banda Invokaos, de Diadema/SP. A diagramação e lay-out ficou à cargo do Grell, que também abriu o selo dele, GrellHP Records, para ajudar na distribuição regional, e assim, esse trabalho não ficar tudo comigo, já que habitualmente, costumávamos lançar os trabalhos da banda através daViolent Records (selo que fundei em 2004). Em abril/2021 enviamos o projeto para a fábrica e no fim de maio, as cópias chegaram ao mercado!
5 - Letras curtas e rápidas,me responda: so what, é a faixa mais curta da banda?
GRELL: Não. “Mass Oppression” é a mais curta....uns 5 segundos por causa da nota largada....rsrsrsrs.....influência de Napalm Death....”Mestres”! Mas isso foi no início onde nossa influência era o grindcore.
6 - Pergunta ao vocalista: tem algum exercício para manter a voz e a garganta?
ARTHUR MENDES: Não. Apenas hidratar com água durante os ensaios e shows, assim prevenindo qualquer lesão e mantendo a qualidade do som.
7 - Qual a música preferida de vocês,de toda a discografia?
LUIZ CARLOS LOUZADA: sobre a musica que mais gosto, é dificil citar 10,que dirá 1... Bem, pode citar que a musica que mais gosto é a RUN (assim, cada dia eu posso curtir uma musica diferente da banda)...kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
GRELL: Difícil..........Hungry’s Industry.
ARTHUR MENDES: Road.
ALEXANDRE MARTINS: Angels and Demons.
PAULO ALEXANDRE: The Choice.
8 - Vale a pena tentar viver da música extrema no Brasil?
LUIZ CARLOS LOUZADA : Bem, nós estamos na cena com o Hierarchical há quase 3 décadas praticando som extremo, e vale lembrar que já temos experiências anteriores ao Hierarchical: o Grell foi batera do Explicit Repulsion, banda que esteve na ativa entre o fim dos anos 80 e começo dos anos '90, e eu fundei o Chemical Disaster em 1990 (e ainda sigo como vocalista da banda). Então sempre fizemos som extremo simplesmente porque gostamos. Sendo assim, eu digo que vale à pena viver PARA a música extrema. Como somos uma banda formada por pessoas que não dependem financeiramente da música para pagar nossas contas (já que cada um tem uma profissão diferente, fora da música), vivendo no Brasil, com certeza, a música extrema não sustentaria 5 famílias (ja que somos um quinteto).
9 - Lições que a pandemia da covid deixou pra vocês?
LUIZ CARLOS LOUZADA : Viva cada segundo como se fosse o último de sua vida; valorize os laços que você possui com pessoas que te respeitam e te querem bem; não perca seu tempo de vida com situações que te incomodam um pouco, mas que não mudarão radicalmente sua vida; ouça o tipo de música que você gosta, com um pouco de atenção, sempre
que possível, pois nos dias de hoje, a velocidade da informação (no nosso ritmo de vida), nos levou a curtir tudo de forma mais superficial (tanto que é muito comum as pessoas não lembrarem do nome de bons discos, de bandas que gostam, e muito menos, lembrarem do nome de alguma música), algo bem diferente do que acontecia nos anos 80 e 90, quando
um fã de música pesada, tinha muito conhecimento musical, e assim a música se tornava muito mais marcante.
10 - Como funciona o processo de composição e os planos futuros?
GRELL: No início as músicas eram compostas por mim (mesmo tocando bateria) e pelo Leão Gazzano (guitarrista na época) e as letras eram escritas por mim, Leão e Alexandre Antonniutti (vocal na época). Nessa época a gente vinha com uma ideia de casa e montava a música no ensaio.
No início de 2015 eu sofri uma cirurgia na coluna onde fiquei impossibilitado de tocar bateria. Isso gerou incertezas na minha vida. Fazer “barulho” é umas das coisas que mais curto na minha vida. Comecei a “aprender” tocar guitarra da noite para o dia e sozinho pesquisando no “youtube”. Nesse meio termo entre exercícios na guitarra surgiram alguns riffs que eu fui guardando e quando me dei por conta eu já tinha músicas para o lançamento de um 3-way split-cd, chamado Burning the Tyranny juntamente com Pigstein e Peia Braba; todas as músicas do “Psychotic Disorders” e músicas para o 4º álbum no qual estamos trampando no momento.
Com relação as letras, essas incertezas me deixaram pra baixo e muitas coisas passavam pela minha cabeça. Aproveitei esses “pensamentos” e resolvi transpor para o papel.Agora com a entrada do Paulo Alexandre na guitarra, que entrou com
apetite para criação, as composições musicais serão mais divididas, apesar de eu ter todas as músicas para o 4º álbum....
Com relação aos planos futuros os eventos retornaram e novamente estão sendo adiados/cancelados. Os casos de contaminação estão aumentando e muito... Com essas incertezas estamos direcionando o ano de 2022 para trabalharmos no nosso 4º álbum.
11 - Onde encontrar/comprar material da Banda?
LUIZ CARLOS LOUZADA : A forma mais prática é utilizar o Google, e encontrar nossos cds nas lojas mais próximas, justamente por conta do custo altíssimo de postagem (lembrem de colocar o nome da banda entre aspas p/facilitar: Hierarchical Punishment). Como citei antes, sempre lançamos nossos trabalhos através de parcerias que espalhe
nosso material por todo o Brasil. Mas quem gosta de streaming, já estamos no Spotify, Youtube, Bandcamp, etc... Só digitar o nome da banda no campo de busca e curtir!
12 - Recado final (sem censura).
LUIZ CARLOS LOUZADA: Obrigado pela oportunidade de compartilhar informações sobre o Hierarchical Punishment. Apesar de sermos uma banda experiente, com quase 30 anos de atividades na cena underground, e inúmeros lançamentos oficiais (entre álbuns, splits, participações em coletâneas e demos, tanto em formatos físicos quanto na web), a gente sabe que é importante contar com o apoio das pessoas que ouvem e curtem nosso som, que entram em contato com a gente
através das redes sociais, enfim, somos gratos à todos que nos ajudaram e continuam nos ajudando a seguir em frente na caminhada do Metal Extremo! Entrem no site oficial do Hierarchical Punishment, leiam com calma nossa biografia, que retrata toda a trajetória de quase 3 décadas na ralação. Nos vemos por aí!
Acompanhe a Banda:
Fim da Entrevista
