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Entrevistas

MORBID GARDEN

29 de janeiro de 2021
Conheça a história e as curiosidades da banda MORBID GARDEN (Rio Grande do Norte).Quem nos dá detalhes sobre a caminhada,novos projetos, e os desafios causados pela pandemia do covid-19, é o Vocalista e fundador da banda George Rocha.Boa leitura a todos!

Entrevista com MORBID GARDEN  - Entrevistas - Arrepio Produções - Patos de Minas/MG

Arrepio: Gostaria que se apresentasse e nos falasse sobre o inicio de tudo?

Eu me chamo George Rocha, sou vocalista e fundador da banda Morbid Garden, e é uma grande satisfação estar dando essa entrevista para o site Arrepio. Bom... No começo mesmo a banda não se chamava Morbid Garden, chamava-se The Garden. Do projeto em papel criado em 2006 aqui na cidade do Natal/RN, até a constituição do que somos hoje, a banda
passou por algumas mudanças.
Eu, (George Rocha) na época era vocalista da banda potiguar Avalon Symphony, então mesmo o projeto sendo de 2006 só tivemos nosso primeiro ensaio no ano de 2008, tendo a banda em seu começo uma puxada sonora para o Gothic Metal. No mesmo ano, depois de algumas mudanças na formação dos integrantes, optei por um tempo de parada no intuito de reajustar objetivos para seguir, a posterior, em frente.Entre os anos de 2012 e 2016 a banda retornou os trabalhos sonoros e shows, mas questões internas novamente me fizeram parar.
O retorno da banda ocorreu novamente no ano de 2018, momento em que se constituiu de um novo elemento sonoro (Symphonic Metal),optando-se também pela troca do nome: Morbid Garden.

Arrepio: George Rocha (vocal), Antônio Nunes (guitarra), Pierry Sanclair (baixo) e Sammy Júnior (bateria). Essa é a formação atual?

Sim! Está é a primeira formação desde a mudança do nome em 2018, e estamos juntos até hoje. Podemos dizer que esse quarteto deu certo (risos), todos somos pais de família e com crianças na mesma faixa de idade entre 3 e 4 anos. Desta forma entendemos bem a vida de cada um, acredito que esse foi o ponto mais forte para entendermos a agenda de cada um.Assim conseguimos entrar em acordo com as esposas e termos um dia no fim de semana dedicado à banda. O baterista (Sammy Junior) tem um estúdio completo de ensaio em casa,então, no dia de ensaio passamos uma manhã ou tarde toda trabalhando dentro do estúdio regado a café (risos) e muito papo sobre composições e shows. Detalhe que você pode ver um pouco disso no nosso vídeo “Sad Memories of Horror”, que se passa no estúdio.

Arrepio: Como foi gravar o EP “Quarantine” em plena pandemia da Covid-19?

Gravar o EP foi um ato de resposta positiva que poderíamos dar durante esse período.Colocamos na cabeça que, a partir das condições que tínhamos, poderíamos ver cada qual em seu lugar e o que planejamos pouco antes do isolamento. Aos poucos, fomos ajustando e nos virando na produção. O contato constante por meio de grupos em redes sociais permitia-
nos tirar dúvidas constante. Mídia vai, mídia vem, conseguimos algo de sonoro para nossos ouvintes.

Arrepio: Tratar de um tema como esse deve ser melancólico, mas é o que vivemos né?

De fato, olhar tal tema tão concreto, meio que nu e cru assim, traz uma melancolia medonha. No entanto, podemos também fazer dessa tragédia biológica um meio termo para buscarmos constantes superações. Seria algo como que ‘o trágico já está nos espancando,então vamos espancá-lo também’. Disso, temos a voz, a guitarra, o baixo e qualquer que
seja o instrumento para poder fazer a melancolia virar um grito de esperança no meio de todo esse caos.

Arrepio: Vocês acham que “Quarentine” acabou sendo um EP conceitual?

Sim! O EP acabou entrando nesse meio conceitual, já que todas as faixas falam do mesmo problema quanto à pandemia. No caso da música “Sad Memories of Horror” por exemplo, a letra fala metaforicamente justamente do terror que será apenas uma má lembrança desses dias de medo e desespero onde os governantes só contam números e muitos deles se
aproveitam disso para enganar e se passar por boas pessoas. Assim como as pragas esta pandemia marcará a todo o mundo e no final ficará apenas a perda de entes queridos e os momentos de terror que vivemos, enquanto governantes se transformam em cavaleiros do apocalipse que guiaram as almas perdidas para a morte.

Arrepio: A banda tem um estilo que vem crescendo muito atualmente, inclusive há várias bandas nacionais na mesma direção. Isso é bom ou ruim?

Acredito que isso é muito bom. Precisamos de mais bandas e pessoas que gostem do estilo para que nossa cena cresça. A cena do Heavy Metal em geral está cada dia mais fraca. Não é algo de um só lugar e sim nacional. O crescimento de bandas seja ela qual for o gênero do Heavy Metal é um ponto positivo para que nossa cena não venha a morrer. Quanto as
bandas de Metal Sinfônico, que venham mais, para somar e que possamos divulgar nosso estilo Brasil a dentro e fora dele também. Precisamos mostrar que banda boa não é só a “banda gringa” aqui também tem banda de peso e qualidade musical.

Arrepio: Gostaria que nos contasse como foi gravar o videoclipe “The Immortal Child”, achei o formato horizontal diferentão?

Poxa... Então senta que lá vem historia... (risos). Gravar esse vídeo foi muito bom e divertido.
 
Primeiro de tudo, que ele foi uma aposta! (risos). Em conversa com um amigo, ele falou que seria impossível gravar um bom videoclipe com apenas um celular. Sim! Gravamos o vídeo todo com um celular modelo Samsung Galaxy A7 (risos). Outra curiosidade foi que o vídeo foi totalmente feito por mim (George Rocha). Roteiro, filmagem, edição, até a maquiagem foi toda feita por mim mesmo.
Quanto ao formato horizontal, alguns dias antes da conversa que gerou a aposta, escutei em uma roda de amigos que a cantora Anita teria feito o primeiro videoclipe oficial (roteiro e efeitos, nada de cenas de shows) do mundo, em formato horizontal especial para IGTV. Informação essa que entrou e ficou na minha cabeça, pois eu já pretendia fazer um vídeo para a faixa da single “The Immortal Child”.
Pesquisei então sobre vídeos nesse formato, encontrei vários, porem todos eram gravações de shows ou cenas de vários shows editados, nada oficial. Daí eu logo de cara vi que precisávamos fazer um vídeo oficial neste formato e assim foi. Chamei nossa amiga Larisse Katarine (ex-vocalista da In Deviltry, banda do guitarrista norueguês Tommy Lindal) para representar a atriz principal e a nossa amiga artista plástica, Priscilla Laynara Lopes (escultora de bebês
newborn), elas toparam na mesma hora. As externas foram filmadas em um parque público aqui da cidade e o engraçado era ver as pessoas passarem e parar para olhar achando que era um bebê de verdade. Muitos murmuravam reclamando achando um absurdo um “recém- nascido” está ali no chão (risos), até que pegávamos o bebê de uma forma mais brusca e
todos viam que era uma boneca. Depois de várias outras pesquisas até o momento estamos quase certos que fomos a primeira banda no estilo Heavy Metal mundial a gravar um videoclipe oficial especialmente para IGTV.

Arrepio: Sendo a última faixa do EP, “The Immortal Child”, trata-se do embate entre o bem e mal. Explique!

Sim! A historia narra o velho confronto entre o bem e o mal! Onde uma velha lenda conta que uma criança nasceria imortal e predestinada a equilibrar os dois lados, seu corpo morreria, porém seu espirito se manteria vivo incorporando em outra pessoa e tomando seu lugar. Baseado neste acontecimento um culto Luciferiano se empenha para tomar a criança
e cria-la nos ensinamentos da bíblia satânica para que no futuro o mundo venha a sucumbir ao mal e ser governado pelo próprio Lúcifer.

Entrevista com MORBID GARDEN  - Entrevistas - Arrepio Produções - Patos de Minas/MG

Arrepio: Metal Sinfônico talvez seja um termo limitado, qual estilo a banda se encaixaria?

Olha... Temos muitas influências. Para nós mesmos é bem difícil encaixar um estilo digamos que “fechado” para a Morbid Garden. O mais próximo que poderíamos nos encaixar seria o Black/Gothic Metal. Porém como havia dito devido tantas influências dos gêneros do Heavy Metal preferimos nos encaixar no Metal Sinfônico.

Arrepio: Surgido na Europa no final dos anos 90, qual a inspiração e o que a Morbid Garden pode oferecer ao ouvinte?

Bem... Nossa banda é bem dividida em termos de inspiração musical. Nós nos inspiramos muito em bandas da década de 90 e em outras até mais antigas, isso dentro dos vários gêneros do Heavy Metal como bandas dos anos 80 de Black e Thrash Metal, e claro entrando no Doom e Gothic Metal dos anos 90. Até mesmo por estilos fora do gênero como o Jazz.
Nossas novas músicas estão sendo compostas com algumas novas pegadas que faram a diferença no termo “fora da caixinha”, nosso baterista (Sammy Junior) é um grande estudioso de seu instrumento então posso dizer que para os amantes de bateria, podem se preparar que terá muito ghost notes, grooves e viradas extremas, sem falar no nosso
Pianista e tecladista (Antonio Filho) amante também do Jazz e da música clássica que irá incorporar muito de sua paixão nas novas composições.

Arrepio: O Metal Sinfônico contém elementos como teclados, violões e vocais femininos. Qual diferencial da Morbid Garden para surpreender?

Como havia dito sobre nossas inspirações musicais, acredito que nosso diferencial será incorporar novos ritmos e pegadas mais pesadas e extremas em cima destes que normalmente não vemos com todo esse peso.

Arrepio: Vocês poderiam falar de suas influências?

A banda é bem dividida em termos de influência, eu (George Rocha), por exemplo, curto todos os gêneros do Heavy Metal, porém muito mais o lado extremo e o Sinfônico, bandas como Dimmu Borgir (sou muito fã da banda) onde tenho muita influência do vocalista Shagrath, Amon Amarth, banda que muitos comentam que meu vocal gutural é bem parecido. Além de bandas como Septic Flesh e outras sendo alguns até fora do estilo Heavy Metal.
 
Antônio Filho nosso guitarrista e teclados, além de muitas influencias de metal extremo ele também passa pelo Jazz e bossa nova, o mesmo é multi-instrumentistas, mas seu verdadeiro instrumento é o piano, instrumento que ele estuda muito. Suas influências passam artistas como: Tom Jobim, João Gilberto, Jonh Coltreine, Christian Scot entre outros.No Metal e Rock Dream Theater, Opeth, Eloy, Pink Floyd... E dentro do nosso estilo com pegadas Death/ Black temos o Immolation, Death, Beyond the Creation, Obscura, Jinjer,
Dimmu Borgir...
 
Nosso Baterista Sammy Junior é o músico um pouco mais aberto musicalmente. Dentro do Rock e Metal ele passa por: Rush, Deep Purple, Led Zeppelin, Sepultura,  Slayer, Arch Enemy... Pela Bossa Nova: Tom Jobin, Milton Banana, Trio Corrente. No Jazz: Nina Simone,Art Blakey,  John Coltrane, Miles Davis.
 
E nosso baixista Pierry Sanclair acredito que é o mais estudioso de todos, Sanclair passou por um momento difícil em um acidente de motocicleta onde por pouco perdeu seu braço direito, depois de algumas cirurgias ele acabou com uma pequena sequela que faz com que o mesmo toque o baixo em posição vertical, com o instrumento sempre apoiado em um banco onde desta forma ele consegue toca-lo com mestria. Como havia dito, Pierry é um grande estudioso de seu instrumento, ele se dedica todos os dias algumas horas a ele e em seu leque abrangente de influências além do Heavy metal e suas vertentes, o Hard Rock, Música Latina, Jazz, blues e o samba, são as principais influências de Pierry. O mesmo tem como influência no Jazz, Jacó Pastorius, Na música Latina, Santana e no Heavy Metal bandas como Iron
Maiden, Running Wild, King Diamond, Alice cooper, entre outras.
 

Arrepio: Recentemente participaram do Metal com Batata Fest. Qual a importância dos Festivais online em uma pandemia?

A maior importância dos eventos para as bandas está no caráter de identificação de um gênero e sua divulgação para os ouvintes. Da identificação, ficamos com os notórios comentários e apreços sobre a sonoridade que as bandas estão fazendo no cenário Metal;sem falar no sentimento de dever cumprido mesmo que em meio a essa pandemia, da
divulgação, conseguimos captar a partir de um espaço on line como que andam as bandas do gênero nas mais diversas regiões, e conseguimos fazer um network muito bom com várias bandas, sites, produtores e tudo que venha a somar para levar o nome das bandas a outros patamares. Claro, para nós, como ouvintes, a satisfação de poder ouvir essas bandas do
cenário metal que compõe o gênero também é muito prazeroso.

Arrepio: Quais os planos da Morbid Garden pra 2021?

Agora em 2021 estamos trabalhando no lançamento do nosso primeiro álbum que terá 8 faixas, (ainda sem nome) músicas essas que já estão pelo menos 60% prontas para começarmos a gravar. Acreditamos que estaremos lançando até o mês de Agosto de 2021.
Também já começamos a produção do nosso quarto videoclipe, sendo esse nosso segundo oficial da música que leva o nome do nosso EP “Quarantine”. O vídeo terá como convidada a nossa amiga e cantora Helen Barros que esta fazendo participação nesta faixa. Helen reside no RS e estamos nos organizando e estudando locações onde a mesma possa fazer as filmagens para que possamos ver onde faremos as nossas. Nós pretendemos lançar o videoclipe “Quarantine” um pouco antes do álbum, acredito que até Junho o mesmo já estará sendo divulgado.

Arrepio: Agradecidos por reservarem um tempo para responder nossas perguntas. Espaço aberto para considerações finais.

Nós gostaríamos de agradecer ao site Arrepio pelo apoio e pelo tempo cedido a Morbid Garden, e também agradecemos em nome de todos que fazem a cena do Metal e do Underground nacional por darem espaço às bandas independentes, vocês fazem um trabalho show de bola. Que venham mais sites, blogs, canais ... Com essa mesma atitude de vocês e
que a cena underground venha a crescer cada vez mais. Infelizmente sabemos a dificuldade, porém não devemos baixar as cabeças, nesse caso, desligar os microfones e amplificadores e deixar as baquetas caírem. O mundo está ai, em busca de novas bandas, vida longa ao Site Arrepio. Muito obrigado.
 
Links Oficiais:

Fim da Entrevista