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Entrevistas

Higher

8 de maio de 2016

Formada inicialmente em 1995 com o nome de Second Heaven, dois anos depois o projeto acabou. Apaixonados pela música, principalmente pelo heavy metal, iniciaram outro projeto e com o nome Higher, que além de ter o heavy metal no sangue, outras influências vieram a tona. Com composições prontas, estava na hora de registrar o trabalho, foi aí que veio o disco autointitulado “HIGHER”, composto de nove canções maravilhosas e fundamentais para dar continuidade a paixão pela música. Confira agora, uma entrevista onde a banda deixa sua marca registrada e nos mostra como foi feita toda a caminhada até chegar ao resultado final.

Leia a resenha aqui: http://www.arrepioproducoes.com.br/resenhas/?n=Qm9JLHpXt5

A entrevista foi respondida pelo Guitarrista Gustavo Scaranelo.

Entrevista com Higher - Entrevistas - Arrepio Produções - Patos de Minas/MG

Arrepio: Do início até o lançamento do álbum foi uma jornada bem extensa, como foi dado a concepção ao disco e qual resultado de tanto esforço?

Gustavo Scaranelo: Como sabe, o primeiro projeto não deixou registros, mas já tinha algumas composições das quais gostávamos muito. A ideia inicial era registrar essas composições, já numa fase mais madura, com maiores possibilidades e conhecimentos, já que naquele momento isso não foi possível. Gostamos tanto dos primeiros registros que resolvemos continuar as gravações com novas composições, e foi aí que a maioria das músicas surgiu. A primeira música que gravamos foi “The Sign”, e a partir dela não paramos até que o disco fosse concluído, mas a cara do disco veio mesmo depois, com as outras composições.     

Arrepio: Houve resistência para colocar o trabalho no mercado, ou não tiveram esta preocupação com relação às vendas?

Gustavo: Na verdade não é simples encontrar um distribuidor para o disco de lançamento de uma banda sem uma história prévia conhecida no cenário. Fiz contato com vários distribuidores, alguns nem chegaram a responder (risos). Mas, cada um sabe das suas possibilidades e de seu dever com relação à cena, ou sua função dentro dela. A verdade é que o streaming (Spotify, Apple Music e afins) estão ganhando cada vez mais espaço nesse mercado e acredito que seja a nova definição de funcionamento para a indústria fonográfica. E a inserção do disco nesses veículos é feita sem qualquer problema. Confesso aqui que em mais de uma ocasião as pessoas me procuraram dizendo que queriam ouvir o trabalho, mas não tinham cd player. Isso me chamou a atenção para a necessidade de um novo formato para a distribuição do disco, e optamos também pelos cartões de download. Quanto às vendas, ainda temos grande procura pelo disco nos shows ou pelo nosso site: www.higherband.com.          

Arrepio: Como vocês trabalham com a diversidade entre a agressividade e a sutileza das composições?

Gustavo: Confesso que não pensamos muito nisso. As composições nos chegam de forma bastante natural e os arranjos nascem a partir disso. Acredito que a música, de forma geral, imita o movimento do eletrocardiograma, picos e vales a todo tempo. Isso caracteriza a vida. Quando o eletrocardiograma mostra uma linha reta, significa que já não há vida e na música as coisas se dão de forma semelhante, mas claro, cada gênero ou grupo vai ter a sua forma de criar seus picos e vales. Gostamos muito dos climas amenos no metal, mas gostamos ainda mais dos mais agressivos (risos). Mas, de fato, não pensamos nisso previamente.     

Arrepio: Houve alguma barreira para lançar o material, ou foi tudo tranquilo?

Gustavo: O lançamento hoje se caracteriza pelo formato independente, portanto não tivemos nenhuma, somente o esforço que nos foi necessário para a conclusão do trabalho. O lançamento digital do disco se deu rapidamente, assim que fizemos a prensagem das cópias físicas.

Arrepio: As composições do disco são profundas, foi feita uma filtragem para escolher as melhores?

Gustavo: Não. Trabalhamos de outra forma. As composições que não tem peso/força para concluírem o disco acabam sendo descartadas e nem mesmo ganham letra ou arranjo. Focamos na qualidade da composição, algo que nos cative ou chame a atenção por algum motivo. Quando isso não acontece não nos apegamos à ideia, simplesmente a deixamos de lado. Então posso dizer que essa filtragem ocorre durante o processo de composição e não depois dele.      

Entrevista com Higher - Entrevistas - Arrepio Produções - Patos de Minas/MG

Arrepio: A gravação e mixagem foram feitas em São Paulo, isso trouxe um diferencial para a sonoridade como um todo?

Gustavo: O disca já estava pronto. Já havia uma pré-produção feita por mim. Quando levamos o disco para o Thiago Bianchi, no Estúdio Fusão, queríamos melhores resultados sonoros, uma melhor aparência sonora. E obtivemos isso, mas os arranjos, assim como todas as composições, já estavam fechados.  

Arrepio: Nos fale mais na concepção da capa e sobre as canções do disco?

Gustavo: A capa foi feita pelo talentoso Carlos Fides, e mostra um homem sentado, rasgando seu peito e mostrando seu coração, que é representado pelo símbolo da banda. E isso traduz o nosso processo de composição. As músicas foram feitas com a maior honestidade que poderíamos oferecer, ou seja, não tentamos convencer nosso público com esse ou aquele elemento de preferência das pessoas, ou solos muito cheio de notas, enfim, fizemos um disco que, sobretudo, nós mesmos iríamos querer ouvir depois. As canções falam do argumento ideológico do projeto. Higher, nesse caso, refere-se a um condição mais alta do ser humano, busca pela qual eu e os outros membros nos identificamos e essa foi a razão de dedicarmos o projeto a esse assunto. Somos todos imperfeitos, cheios de falhas, porém, com grande capacidade de transformação. E é disso que queremos falar, da possibilidade que o ser humano tem em se tornar melhor a cada dia.       

Arrepio: De todas, há alguma em especial no disco?

Gustavo: As nove!! (risos) Como disse, somente as especiais, no nosso ponto de vista, foram para o disco. As outras foram abandonadas antes de se tornarem uma canção de fato. Mas destaco aqui a importância de duas músicas, que não traduzem, na verdade, a concepção da banda, mas foram embriões do projeto, The Sign e Illusion, as duas primeiras a serem gravadas e compostas 20 anos antes do Higher.   

 

Arrepio: Planos para a banda nos próximos meses e suas considerações?

Gustavo: Estamos gravando disco novo! Estamos muito empolgados, e bastante satisfeitos com os resultados até agora. Ainda não temos prazo para o lançamento, pois como expliquei, trabalhamos insistentemente até acharmos algo que nos toque, e, se não gostarmos de fato de uma composição, ela dará espaço à outra e à outra até nos convencermos daquilo que fizemos. Gostaria de aproveitar o espaço para trazer uma reflexão aos fãs de metal. O som autoral é o futuro do gênero, muita atenção tem sido dada às grandes e mais antigas bandas e às suas bandas covers, mas elas não vão sustentar o gênero para sempre e se não for oferecido espaço e atenção aos trabalhos de quem está chegando, o gênero pode envelhecer e se tornar um gênero morto, com cada vez menos produções e cheios de troféus do passado para quem quiser ir pesquisar. O metal depende de bandas autorais e da atenção do público a essas bandas. O metal nacional também depende disso. Vamos provar que o som pesado não é uma onda que passa, ou que tem prazo de validade na nossa sociedade, e sim uma forma legítima de expressão artística que deve se perpetuar. Agradeço imensamente o espaço e a oportunidade de falar sobre o projeto.

Mais Informações:
www.higherband.com
www.facebook.com/highermetal
www.soundclound.com/highermetal
www.twitter.com/highermetal
www.youtube.com/highermetalband

 

Fim da Entrevista